Educação de Niterói fez passeio guiado que reconta a história dos negros

Professores e pedagogos da Rede Municipal de Educação de Niterói visitaram, na terça-feira (09), o Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), que pesquisa e preserva o patrimônio africano e afro-brasileiro. O grupo foi guiado e percorreu a Zona Portuária do Rio de Janeiro, área que reconta a história negra na cidade. A iniciativa faz parte da programação do Novembro Negro 2021 da Secretaria e da Fundação Municipal de Educação. O evento teve como objetivo levar os profissionais da educação para um espaço formativo da compreensão da dispersão do povo africano, a história e cultura africana e afrodescendente.

A visita foi organizada pela Coordenação de Educação na Diferença (Cedif), vinculada à Subsecretaria de Projetos Transversais, Cooperação e Articulação Institucional da SME/FME. Alguns profissionais da rede participaram da visita ao sítio arqueológico e ao circuito da Pequena África para o fortalecimento das orientações da Lei 10.639/2003 nas produções curriculares das unidades de educação, assim como em seus projetos.

“Patrimônio arqueológico da herança Africana, o circuito contribui para a valorização da memória de trajetórias dos negros africanos desde sua chegada ao Brasil. Este é um lugar de fundamental importância para ampliação da consciência sobre as implicações do racismo na sociedade brasileira e para o reconhecimento de uma potente história de luta, de vida, de singularidades que marcam e constroem nossa história coletiva”, aponta Cristiane Gonçalves, coordenadora da Cedif. 

O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN) foi criado para pesquisar, estudar, investigar e preservar o patrimônio material e imaterial africano e afro-brasileiro, valorizando a memória e identidade cultural brasileira, gerando conhecimentos sobre a escravidão e as consequências para a igualdade racial no Brasil.

Joana Oliveira, professora do Núcleo Avançado de Educação Infantil (NAEI) Angela Fernandes, localizada na Região Oceânica, conta que a visita causou um grande impacto em sua vida e que foi importante para tirá-la da zona de conforto.

“Esse circuito foi um momento de formação profissional e formação humana. Me permitiu conhecer mais da minha história, da história do povo africano e da Pequena África, que é uma história ainda invisibilizada, no currículo escolar inclusive. Foi um momento de conscientização de que é possível construir uma prática dialógica, anti-racista e libertadora no cotidiano da escola pública. Eu acredito que esse cotidiano é o que nos provoca a pensar em uma outra perspectiva de educação decolonial, contra-hegemônica e que nos permita a construção de um currículo que contribua com o enfrentamento das diferentes formas de opressão históricas”, ressaltou.

Novembro Negro – A SME/FME preparou uma série de eventos que integram a programação do Novembro Negro 2021. O mês contará com uma agenda emblemática sobre lutas e mobilizações pela afirmação do povo negro, combate ao racismo e à intolerância religiosa e a garantia dos direitos. Para debater os assuntos serão promovidos diversos debates, palestras, workshops, mostras, ocupações artísticas e apresentações culturais.

Nesta quarta-feira (10), às 18h, teve início o Webnário Educação Antirracista, Currículo e Vozes Negras, que será inteiramente transmitido no Facebook Educação Niterói. O tema da primeira live foi “Religiões de matrizes africanas e Educação: aprender com Tenda dos Milagres”, com o Prof. Dr. Alexandre Fernandes (IFBA). Já na quinta-feira (11), às 18h, o tema será “Relações Étnico-Raciais na Educação Infantil”, com a Profª. Mª. Greice Duarte (COLUNI/UFF).

A programação completa está disponível no site da Educação, em encurtador.com.br/JQRY0.

Botão Voltar ao topo
Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support