“A Onda Indomável” de Nazaré (Portugal) chega a Niterói

A exposição fotográfica do artista português Ricardo Bravo estreia pela primeira vez fora de Portugal, no dia 30 de setembro, no Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói. A mostra ficará em cartaz no MAC até 15 de outubro, se mantendo até o final do ano na Cúpula do Caminho Niemeyer e no Reserva Cultural. O objetivo é criar um circuito dos Gigantes de Nazaré nos principais equipamentos do Caminho Niemeyer. Serão expostas cerca de 20 fotografias das ondas de Nazaré em preto e branco, com diferentes projeções de som e luz que propiciarão uma experiência sensorial aos visitantes..

A mostra tem curadoria de Nicolas Martin Ferreira e será a primeira ação em Niterói na área da cultura em parceria com a cidade irmã de Nazaré (Portugal). O conceito da exposição revela uma comparação entre Ricardo Bravo e a obra arquitetônica de Oscar Niemeyer. Além das fotografias, são reunidas diversas projeções sonoras e luminosas de ondas, reveladas durante o percurso, transmitindo a atmosfera presente na cidade de Nazaré.

O prefeito Axel Grael diz que a exposição marca o início do intercâmbio cultural com a cidade europeia que tem como foco o público e os artistas de Niterói.

“Temos uma sinergia bem clara e objetiva com a cidade de Nazaré e isso está cada vez mais evidente desde que nos tornamos cidades irmãs, em março. Essa parceria se dá na área da economia, meio ambiente, esportes e também na cultura. Com características litorâneas muito similares, o que interfere diretamente no estilo de vida de seus moradores, Niterói e Nazaré têm muito em comum e até diferenças que se atraem. Por isso, esse intercâmbio na área da cultura que começa a ser feito a partir desta exposição, indica um caminho importante para o público das artes e os artistas de Niterói”, aponta Axel Grael.

Em Portugal, a cem quilômetros a norte de Lisboa, a pequena vila da Nazaré é conhecida pelas grandes ondas que atraem surfistas de todo o mundo. Neste exato local, o Oceano Atlântico desagua no Canhão da Nazaré, uma falha submarina de cinco quilômetros de profundidade que impulsiona a ondulação em direção à superfície, criando ondas gigantescas, as maiores do mundo. A exposição de Ricardo Bravo coloca em diálogo as imagens das ondas de Nazaré com as curvas das obras arquitetônicas de Niemeyer.

Para o prefeito de Nazaré, Walter Chicharro, a exposição é mais uma oportunidade de aproximar ainda mais as duas cidades separadas geograficamente pelo Oceano Atlântico.

“É um prazer esta exposição ser a primeira concretização da Nazaré em Niterói da germinação assinada este ano e poder trazer ao Brasil, país irmão, as maiores ondas do mundo através da lente de um afamado e fantástico fotógrafo, o Ricardo Bravo. Quero agradecer muito ao prefeito Axel e ao curador de arte Nicolau Martim Ferreira e à Ana Ventura pelos esforços que fizeram em colocar esta exposição aberta num território do qual somos irmãos e do qual queremos continuar a manter esta política de proximidade como é a Niterói”, diz Walter Chicharro.

Um desafio permanente para o fotógrafo Ricardo Bravo que há duas décadas visita regularmente Nazaré, fascinado pela impossibilidade de repetição das formas do mar, é captar em fotografias sublimes e excepcionais as curvas desenhadas, moldadas diante dos nossos olhos, que nunca se repetem. Poderosas, imprevisíveis e por vezes assustadoras, transformam-se numa verdadeira obra-prima para Ricardo Bravo.

“Sei que fotografo para partilhar momentos, para questionar e compreender o que me rodeia, para criar recordações, explorar sonhos, comunicar e, porque não, ter uma profissão. Sei, acima de tudo, que fotografo porque sim”, define o artista.

Sobre Ricardo Bravo – Praticante de bodyboard desde os 13 anos, não demorou muito para que tirasse as suas primeiras fotografias de mar com uma câmera descartável à prova de água. Desde então, 35 anos se passaram e tudo continua diferente, porque o mar não se repete.

Nascido e criado em Lisboa onde estudou fotografia e deu os primeiros passos na profissão, vive a 15 minutos de Lisboa, na carismática vila de Paço de Arcos, onde o Tejo e o Atlântico se encontram. Mar, surf, viagens, arquitetura, automóveis e retratos, são os temas que mais tem explorado ao longo da sua carreira de fotógrafo. Foi também editor de fotografia e assinou textos, fez diversas exposições e conquistou alguns prémios e capas de revista de que se orgulha discretamente, porque as vitórias na vida de Ricardo Bravo são outras.

O fotógrafo já viajou o mundo na busca das melhores ondas, mas continua a considerar a magnífica costa portuguesa (e a Vila de Nazaré, em particular) o seu estúdio. Das mais de três contemplando o mar, aprendeu a ler e escrever por entre as suas sutilezas, enquanto descobria o infinito e assumia incertezas. Em 2020 publicou o livro “Nazaré” onde reúne as suas fotografias das ondas gigantes da Praia do Norte e textos criados a partir de entrevistas que fez com alguns dos melhores surfistas de ondas grandes (www.ricardobravo.pt).

Botão Voltar ao topo
Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support