Prefeitura de Niterói cria comitê de monitoramento e prevenção à dengue

A Prefeitura de Niterói criou o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento das Ações Integradas de Prevenção à Dengue. A implantação do Comitê será publicada na edição desta quarta-feira (21) do Diário Oficial do Município. O decreto municipal estabelece que a decisão de criar o Comitê foi tomada considerando a importância da participação das instituições da cidade, “tanto para prevenção, quanto para atenção e orientação dos habitantes do Município, para o enfrentamento deste problema de saúde pública”. Até o momento, Niterói registra 41 casos prováveis de dengue (o que engloba os casos em investigação e os confirmados).

O Comitê vai se reunir uma vez por mês ou extraordinariamente quando convocado pelo prefeito Axel Grael, que é o coordenador do grupo. Durante o período de epidemia no estado do Rio, o Comitê se reunirá quantas vezes for necessário.

Com a coordenação do prefeito, o Comitê será composto por representantes das seguintes instituições: Secretaria Executiva; Secretaria Municipal de Saúde; Secretaria Municipal de Educação; Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos; Secretaria Municipal de Defesa Civil e Geotecnia; Secretaria Municipal de Ordem Pública; Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária; Companhia de Limpeza Urbana de Niterói; Coordenadoria de Comunicação; Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.

A secretária municipal de Saúde, Anamaria Schneider, destacou a importância do Comitê.

“Mesmo com um bom cenário da dengue em Niterói, a Prefeitura está intensificando as medidas de combate e prevenção à doença, elaborou um Plano de Contingência e está atenta às notificações e investigações de novos casos. A criação do Comitê permite ampliar as ações contra a dengue de forma intersetorial, o que é muito importante para a manutenção do panorama atual. Alertamos também para a importância da participação da população evitando focos do mosquito em suas residências, realizando ações como tirar a água dos pratos de plantas, colocar garrafas vazias de cabeça para baixo, tampar tonéis, depósitos de água, caixas d’água e qualquer tipo de recipiente que possa reservar água limpa”, afirmou a secretária de Saúde.

O decreto menciona que a criação do Comitê também leva em consideração “o número de registros de casos notificados de dengue nos anos de 2023 e 2024 no Estado do Rio de Janeiro” e que, neste momento, é necessário um “acompanhamento constante e de planejamento de ações preventivas”.

Em meio a uma disparada de casos de dengue no país, Niterói é referência no enfrentamento da doença: até o momento, foram registrados 41 casos prováveis de dengue (soma dos casos em investigação e os confirmados). Enquanto no Rio de Janeiro a incidência de casos é de 3,9 mil por cem mil habitantes, a taxa de Niterói, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, é de 8,5 por cem mil habitantes. O Ministério da Saúde estima que o número de casos de dengue no Brasil chegue a 5 milhões este ano.

A Prefeitura de Niterói possui uma equipe de fiscais sanitários exclusivamente para vistoriar todo o tipo de imóvel abandonado que propicie a proliferação dos vetores. Durante todo o ano, as equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizam um trabalho intenso de rotina de prevenção e combate ao mosquito transmissor das arboviroses. A cobertura de trabalho abrange 205 mil imóveis, com planejamento de visita pelos agentes a cada 2 meses. São cerca de 300 servidores envolvidos exclusivamente nas atividades de combate ao mosquito transmissor das arboviroses, que visitam 5 mil imóveis diariamente.

A equipe de Educação do CCZ também realiza atividades educativas de prevenção em toda a rede de ensino pública municipal e estadual de Niterói. Profissionais do Programa Médico de Família também atuam em parceria com o CCZ nas suas áreas de cobertura.

Outra estratégia do Município para enfrentar a doença é o método Wolbachia. A Wolbachia é um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes Aegypti. Uma vez inserida artificialmente em ovos de Aedes Aegypti, a capacidade de o mosquito transmitir os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela fica reduzida.

Com a liberação de mosquitos com a Wolbachia, a tendência é que esses mosquitos predominem nos locais e diminua o número de casos associados a essas doenças. Em Niterói, o trabalho foi iniciado em 2015 com uma ação piloto no bairro de Jurujuba. Em 2017, começou uma expansão no município e o método Wolbachia chegou a 33 bairros das regiões das praias da Baía e Oceânica.

Em 2021, dados revelaram a eficácia da proteção garantida pela Wolbachia. Os números mostram a redução de cerca de 70% dos casos de dengue, 60% de chikungunya e 40% de zika nas áreas onde houve a intervenção entomológica. Naquele período, 75% do território estava coberto.

Mesmo com os desafios impostos pela pandemia da Covid-19, o trabalho seguiu com o monitoramento e a triagem dos mosquitos. Em 2022, o trabalho recomeçou. Na fase de finalização, os mosquitos com a Wolbachia foram liberados em 19 bairros localizados na região Norte (que ainda não estava coberta), na região de Pendotiba e na região Leste.

Em 2023, Niterói se tornou a primeira cidade brasileira com 100% do território coberto pelo método Wolbachia. No Brasil, ele é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais.

É importante destacar que a medida é complementar e ajuda a proteger a região das doenças propagadas pelos mosquitos, uma vez que os Aedes Aegypti com Wolbachia, ao serem soltos na natureza, se reproduzem com os mosquitos de campo e geram Aedes Aegypti com as mesmas características, tornando o método autossustentável.

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