Prefeitura de Niterói lança exposição que destaca superação feminina em homenagem ao Mês da Mulher

A Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres da Prefeitura de Niterói (Codim) inaugurou, nesta sexta-feira (08), no mezanino do Museu de Arte Contemporânea (MAC), a exposição “Metamorfose: Das sombras à luz”, uma imersão poética através da fotografia. A mostra traz fotos de sete mulheres que recebem apoio da Codim e que posaram para as lentes de Adriana Oliveira. Na exposição, o público é convidado a fazer uma reflexão profunda sobre as muitas faces da violência contra a mulher, mas também sobre o poder da metamorfose, da transformação e do renascimento. O lançamento da exposição teve a presença da primeira-dama de Niterói, Christa Vogel Grael. 

A coordenadora da Codim, Thamyris Elpídio, destacou que a exposição representa o trabalho desenvolvido há 21 anos na cidade de Niterói no enfrentamento à violência contra a mulher.

“São histórias reais, de mulheres que passaram pelos nossos equipamentos e tiveram as vidas transformadas por uma política pública de qualidade. Essa política mostrou para essas mulheres que não desistiríamos delas, e que a dor não nos define. O que nos define é a nossa força de viver uma vida digna. Este trabalho posto em arte é mais um recurso para estas mulheres extravasarem o que elas já sentiram. É mais um recurso para que elas consigam colocar para fora toda a história que elas têm e que possam impactar outras mulheres. Para que outras mulheres vejam que há uma luz e que a gente sai das sombras juntas e caminha para a luz. Esse é o papel da Codim. Segurar na mão delas e mostrar a luz que nós vamos garantir para elas”, explicou Thamyris Elpídio.

Conselheira do Conselho Municipal de Políticas para as Mulheres de Niterói, Fernanda Sixel ressaltou que a exposição faz parte das comemorações pelo 8 de Março e que ainda é preciso caminhar para alcançar o ideal de uma sociedade com igualdade de gênero, de oportunidades e de direitos.

“Na exposição, de uma maneira muito poética, a Adriana (fotógrafa) conseguiu retratar a dor e a violência que perpassam a vida de todas as mulheres. Nós crescemos e vivemos em uma sociedade que nos violenta. A gente vive com medo. Esse viver com medo e as diferentes violências são retratadas aqui de uma forma muito poética. A gente precisa denunciar. Isso ainda existe. Apesar de todos os avanços que a Prefeitura de Niterói tem feito nos últimos anos, com todos os equipamentos e programas, as mulheres ainda vivenciam violências. A Codim está pronta para acolher, fortalecer e auxiliar neste processo. A exposição tem esse potencial de dialogar, provocar reflexão e levar o conteúdo da violência de uma forma até doce e bela. Ela não fica na violência. A violência não nos define”, afirmou Fernanda Sixel.

A administradora Maria Gomes, 52 anos, é uma das sete mulheres que recebem suporte da Codim que posaram para as fotos da exposição. Ela descreveu a experiência de participar do projeto.

“Significou transformação. Se eu tivesse que definir em uma palavra seria essa. Esse é um assunto muito delicado para todas as mulheres que passam por isso e até mesmo para aquelas que não passam mas que sentem a dor de outra mulher. Fiquei muito relutante em participar do projeto. Não é fácil falar de uma dor, principalmente uma dor que você guarda durante muito tempo. Desde o primeiro ensaio, a Adriana (fotógrafa) começou a buscar dentro da gente toda a dor que precisa ser tirada. A exposição é para nos curar dessa dor. Comecei a me transformar logo no primeiro momento porque eu senti que não estava só. Senti que podia falar daquilo que eu tinha vergonha de falar. Eu estava sendo acolhida. A Codim tem esse papel de acolher a gente e de fazer a gente se sentir segura. Foi isso que senti. Segurança para entrar nesse processo de transformação”, explicou Maria Gomes.

O projeto teve criação e execução da Codim e da fotógrafa niteroiense Adriana Oliveira, cuja avó foi vítima de violência doméstica. A mostra contou com a coragem de sete mulheres, em processo de cura recebendo o apoio dos equipamentos públicos de Niterói, que posaram para a câmera fotográfica e se permitiram viver esta imersão artística.

“A exposição nasceu da necessidade de falar sobre o assunto da violência contra as mulheres de uma forma mais leve. Entendi que tinha que ter uma abordagem artística, empática e acolhedora. Criei uma narrativa visual com metáforas para poder alcançar uma trajetória. Eu não queria parar na dor. São mulheres que estão em transição, saindo dessa dor e em busca de cura para alçar um voo de protagonismo. Todo o processo busca esperança e uma visão positiva. É muito emblemático o trabalho da Codim com as mulheres na questão da empatia porque todas de alguma forma sofreram algum tipo de abuso”, concluiu Adriana Oliveira.

Serviço:

Exposição Metamorfose: das sombras à luz

Data: em exibição até 20/03

Local: Museu de Arte Contemporânea (MAC)

Mirante da Boa Viagem, s/nº – Boa Viagem, Niterói

Visitação: de terça a domingo, das 10h às 18h (entrada até 17h30).

Foto: Bruno Eduardo Alves

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