Exposição “Caminho Tropical” da artista portuguesa Bela Silva celebra a natureza no MAC Niterói

 A primeira exposição monográfica da artista portuguesa Bela Silva no Brasil será aberta no próximo sábado (06), no Museu de Arte Contemporânea – MAC Niterói. A mostra “Caminho Tropical” reúne quatro grandes painéis de azulejos, cada um medindo 4 metros de comprimento por 1,80 metros de altura, além de grande conjunto de esculturas, cerâmicas e desenhos, para uma ode à fauna e flora. Após a temporada, em junho, um dos painéis será instalado no Centro Eco-cultural do Parque Orla de Piratininga.

A temática da natureza, representada no trabalho de Bela Silva, teve também inspiração na literatura brasileira para a criação das obras que compõem “Caminho Tropical”. Os quatro painéis que servem como fios condutores da exposição são compostos, cada um, de 377 azulejos da centenária fábrica portuguesa Viúva Lamego. Os painéis foram pintados na fábrica-atelier, em Sintra, onde Bela Silva tem uma residência artística há mais de 25 anos em parceria com a tradicional fabricante de azulejos portugueses.

“O colorido das obras de Bela Silva nos leva a uma reflexão imprescindível sobre nossa relação com a natureza, retratada aqui com sensibilidade e consciência. O painel doado pela artista e a prestigiada fábrica de azulejos Viúva Lamego para o centro cultural do Parque Orla Piratininga, nos enche de orgulho ao perceber em nossa cidade um diferenciado conjunto de iniciativas com foco na sustentabilidade”, considera o prefeito Axel Grael.

O Diretor Geral do MAC Niterói, Victor De Wolf, destaca que a exposição “Caminho Tropical” contribui para o caráter do museu de promover mostras que apresentam temas em debate na sociedade, integrando assuntos diversos ao campo das artes.

“Buscamos sempre unir a arte contemporânea com os debates da atualidade e Bela nos ajuda nesse caminhar. Ao atravessar o oceano em busca dos caminhos tropicais, a artista nos revela sua visão poética das paisagens naturais que experimenta e vivencia. Esperamos que a/o visitante, a partir das cores que pulsam no rico trabalho da artista, possa desfrutar desta exposição e da sua visita ao Museu”, diz Victor De Wolf.

A exposição “Caminho Tropical” revela a ressonância entre a pintura de Bela Silva e a arquitetura modernista do edifício projetado por Oscar Niemeyer. Para o curador da mostra, Nicolas Martin Ferreira, o entrelaçamento de padrões e cores das obras da artista revela uma alegria comunicativa da pintura, levando o espectador a sentir a admiração infantil de Bela pela natureza que deseja proteger.

“Bela Silva utiliza a natureza para criar um corpo de trabalho inspirado em certas mitologias e contos de fadas. Inspira-se também na literatura de Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Clarisse Lispector. Bela inspira-se também na música brasileira, com Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Rita Lee. A sua inspiração vital vem da Amazónia, através da floresta, dos pássaros, das tribos indígenas”, relaciona o curador. 

Sobre a artista – Bela Silva nasceu em Lisboa e vive entre a capital portuguesa, Bruxelas e Paris. Inspira-se na fauna e na flora tropicais, com poesia e sensibilidade, num mosaico de cores pastel brilhantes. Bela é conhecida pela beleza dos seus painéis de azulejos. Da infância, a artista traz recordações de longos passeios com o Avô na Rua do Século, a rua dos antiquários, além dos mergulhos no mar da Arrábida e da imagética que criou em torno dos clássicos de La Fontaine, Andersen e Walt Disney. Gil Pereira, também curador da exposição “Caminho Tropical”, define esse período como fundamental para a formação da artista:

“Estas são as premissas sobre as quais se desenvolveu o seu universo estético. Das visitas aos antiquários recebeu o entusiasmo da surpresa, a do encontro com objetos insólitos, de diferentes épocas, a descoberta da variedade de matérias, o sentido de textura e todas as possibilidades que a cor apresenta. É daí também que surge a noção de proporção, de tridimensionalidade e do poder inerente à simples presença de um objeto, artístico ou não. Do mar, para além dos atributos da água salgada, e das associações à fertilidade, à maternidade, à própria gênese do mundo e à continuidade da vida, recebeu as variações das cores verde e azul e a visão da incidência da luz nelas. Dos clássicos literários e animados obtém o gosto pela narrativa e pela prosopopéia e da importância do imaginário e da mitologia na construção das identidades. As estas premissas acrescentam-se, camada após camada, de forma muito perceptível, todo o seu percurso académico, mas também as suas inúmeras viagens”, define Gil Pereira.

Serviço
“Caminho Tropical”, de Bela Silva
De 06/04 a 12/05/2024
Local: MAC Niterói
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/nº – Boa Viagem – Niterói – RJ
Horário: terça a domingo, das 10h às 18h (entrada permitida até 17h30)
Classificação: livre
Valor de ingresso: R$16 reais inteira / R$8 reais meia.

Gratuidades: Crianças menores de 7 anos; Estudantes da rede pública (fundamental e médio); Moradores e naturais de Niterói; Servidoras/es públicos municipais de Niterói; Pessoas com deficiência; Visitante que chegar ao museu de bicicleta. Às quartas-feiras a visitação é gratuita.

Meia-entrada: Pessoas com mais de 60 anos; Estudantes de escolas particulares e universidades; ID Jovem: Pessoas de baixa renda com idade entre 15 e 29 anos que estejam inscritas no CadÚnico; Professoras/es.

Local da venda de ingresso: diretamente na bilheteria do museu (somente pagamento em dinheiro) ou online pelo site Sympla (pagamento via cartão de crédito, PIX ou boleto – este disponível apenas para compras com pelo menos 7 dias de antecedência).

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