Prefeitura de Niterói amplia debate sobre racismo

 Esta quinta-feira (21) foi de aprendizado e também de diversão para cerca de 55 alunos do 4º e 5º anos do ensino fundamental da Escola Municipal Ernani Moreira Franco, localizada no Fonseca, Zona Norte de Niterói. As crianças que integram o Projeto Clin Social, da Prefeitura de Niterói, desenvolvido pela Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), tiveram uma programação especial na AABB de São Francisco. Além das atividades esportivas, participaram de um bate-papo sobre racismo de forma lúdica.

A palestra sobre racismo foi ministrada por Lygia Fernandes – responsável pela Coordenação de Educação da Diferença, vinculada à Secretaria Municipal da Educação – e por Eloá Maciel – professora de ciência e integrante da equipe da Coordenação de Educação da Diferença da SME. O continente africano, com seus países, e a vida na África foram alguns dos assuntos abordados.

“Falar sobre racismo é sempre importante. Abordamos esse tema de várias maneiras. Aqui, optamos pela contação de história, prática que eles estão acostumados a ter na escola. Não falamos diretamente sobre racismo, mas abordamos o continente africano para mostrar as riquezas do local e o fato de a população de lá ter sabedoria, cultura e memória. A partir disso, falamos sobre os diferentes tons de pele, a necessidade de cem pessoas para abraçar o baobá e a diferença entre elas. Trazemos lápis com diferentes tonalidades de pele para que as crianças percebam que as pessoas são distintas e merecem respeito. É no coletivo que conseguimos viver bem na sociedade”, destaca Lygia.

Ana Vitória Pimenta Lima, 10 anos, há dois no projeto, achou a atividade muito divertida: “Foi muito bom o programa hoje. Gostei da história e fiz dois desenhos para completar a árvore: um coração e uma flor, que representa a minha presilha que ganhei. Aprendi muito e não conhecia o baobá”, diz.

Os alunos assistiram, ainda, a um vídeo sobre o baobá – a árvore da vida, onde os escravizados passavam ao redor pelo diâmetro avantajado – e escutaram a história do livro O Coração de Baobá, de Heloisa Pires Lima, com ilustração de Laerte Silvino. O conto fala sobre um majestoso baobá africano que, ao ser questionado sobre a riqueza de seus frutos e de seu interior, decide mostrar a verdade escondida em seu coração, repleto de tesouros como ouro e jóias, mas também de vulnerabilidade.

A partir daí, os alunos fizeram desenhos que representassem os “tesouros” existentes em seus próprios corações, como boas lembranças, para serem colados no baobá montado no mural.

Josué Miguel Moraes de Brito, de 11 anos, se encantou com o baobá: “Não sabia que precisava de tanta gente para abraçar o baobá e também não conhecia a importância dessa árvore. Fiz um desenho representando isso”, explica.

A professora Eloá afirma que trabalhar com a diferença é fundamental: “Cada ser é único e merece ser respeitado na sua individualidade. Incluímos os diversos marcadores disso: raça, gênero, idade, classe social… Tudo isso é importante para que essas crianças percebam que todas as pessoas merecem respeito. É significativo que desenvolvam desde pequenas essa noção para caminharmos para uma sociedade com mais equidade e equilíbrio”, garante.

Sobre o Projeto Clin Social
Desenvolvido pelo Setor de Serviço Social da Companhia, o programa tem o objetivo de estimular a permanência no sistema regular de escolas de crianças e adolescentes entre 9 e 12 anos, que muitas vezes moram em áreas de vulnerabilidade. No total, o projeto atende 60 crianças. Realizado pela Clin desde 2010, oferece atividades esportivas, culturais, musicais, artísticas e pedagógicas, proporcionando transformação social para as crianças e suas famílias.

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