
Crianças do projeto Clin Social participam de um dia de diversão e aprendizado
As crianças do projeto Clin Social, da Companhia de Limpeza de Niterói, tiveram, nesta segunda-feira (22), uma programação especial no Clube AABB, em São Francisco. Além das atividades esportivas, participaram de um bate-papo sobre bullying, dando continuidade à série de rodas de conversa sobre temas relevantes para esse público. Racismo e conselho tutelar já foram abordados em edições anteriores.
Foi um dia de aprendizado e diversão para cerca de 55 alunos do 4º e 5º anos do ensino fundamental da Escola Municipal Ernani Moreira Franco, localizada no Fonseca, zona norte de Niterói. As atividades foram realizadas em dois turnos, sempre no contraturno escolar.
A ação foi conduzida pela psicóloga da eMulti, Patrícia Lima Barbosa, integrante do Programa Médico de Família no Caramujo. Ela abordou o tema do bullying de forma lúdica e envolvente. Uma peça teatral, apresentada com a participação de outros profissionais do programa, mostrou a história de um estudante que sofre bullying na escola, enquanto sua mãe, sobrecarregada com o trabalho e as tarefas domésticas, não percebe o sofrimento do filho devido à falta de diálogo. A encenação serviu como convite à reflexão sobre a importância da comunicação aberta e do apoio familiar. Para reforçar a mensagem, a psicóloga criou o Mural da Esperança, no qual as crianças escreveram palavras e frases motivacionais, promovendo autoestima e solidariedade. “Não julgue as pessoas”, “amigos”, “não cometer bullying”, “não fazer racismo” e “ser legal com os amigos” foram algumas das expressões destacadas.
“Estamos com esse espetáculo para levar às escolas e, de forma lúdica, ensinar como combater o bullying. Trouxemos a atividade para os jovens do Clin Social no Setembro Amarelo, porque a perseguição sofrida pode acarretar traumas e outras demandas para os adolescentes. É fundamental falar sobre a automutilação, pois muitas vezes ocorre dentro de casa e a mãe nem sempre consegue entender o que está acontecendo. Parece um tabu, mas serve como alerta da necessidade de buscar ajuda profissional. Sem informação, não há como procurar assistência. Também falamos sobre a importância de ouvir o outro e perceber como estamos agindo com as pessoas. De forma recreativa, eles aprendem ainda melhor sobre empatia e saúde mental. Foi muito positiva esta explanação e a interação deles. Fizemos um quiz e as crianças puderam compartilhar o que entenderam, dentro da realidade delas”, explicou Patrícia.
Entre as propostas de prevenção, os alunos ouviram sobre empatia e incentivo ao autoconhecimento como ferramentas de enfrentamento. Manuela Guimarães, de 10 anos, há dois anos no projeto, adorou o bate-papo: “Gostei muito da peça! Falei sobre as coisas que me acontecem no dia a dia, como piadas que fazem comigo, e a palestra me ajudou a lidar com isso. Perguntaram sobre a profissão e eu disse que quero ser professora para poder ajudar minha turma”, contou.
Arthur Fernandes da Silva Marins, 11 anos, também destacou a importância da empatia e disse já praticar a solidariedade: “Gostei muito da atividade. Entendi que o que eu não gosto que façam comigo eu não posso fazer com um colega. Nunca pratiquei bullying. Uma vez, tinha um menino implicando com outro, que é autista, dizendo que a mãe dele não dava nada para ele. Aí eu falei que, quando tinha aniversário da irmã do garoto, ele era convidado. No dia seguinte, indo para a escola, a mãe do menino autista me agradeceu”, afirmou.
O projeto Clin Social é desenvolvido pelo Setor de Serviço Social da Companhia. O programa tem o objetivo de estimular a permanência dessas crianças e adolescentes, entre 9 e 12 anos, no sistema regular de ensino, muitas vezes em situação de vulnerabilidade. No total, o projeto atende 60 participantes. Realizado pela Clin desde 2010, oferece atividades esportivas, culturais, musicais, artísticas e pedagógicas, proporcionando transformação social às crianças e suas famílias.