Centro de cuidados pós-Covid no Hospital Oceânico completa um mês com mais de 600 atendimentos

“Caminhadas curtas já me deixavam sem ar, mas agora, depois de poucos dias de tratamento, já consigo perceber a diferença e não sinto quase nada”, contou Lucilene da Cunha Matos, de 41 anos, durante uma das sessões de fisioterapia no Centro de Reabilitação Pós-Covid, em Niterói. Moradora do Largo da Batalha, ela é uma das mais de 100 pessoas que estão recebendo atendimento – das mais diversas áreas – na unidade de reabilitação que fica dentro do Hospital Municipal Oceânico de Niterói.

Com o avanço da vacinação e a redução da ocupação em unidades de tratamento intensivo, o combate ao coronavírus entrou em uma nova fase. Inaugurado no dia 23 de agosto, o Centro de Reabilitação está localizado dentro da unidade que é referência no combate à Covid-19. Até o dia 22 de setembro foram contabilizados 652 atendimentos – entre consultas, triagens e avaliações, uma média de cerca de 21 atendimentos por dia.

Lucilene apresentou um quadro grave de Covid-19, permanecendo internada na unidade por 33 dias. Retornou em agosto para a reabilitação e está sendo acompanhada por diversos profissionais.

“Por conta da traqueostomia, precisei de atendimento da fonoaudiologia, mas já tive alta. Agora tenho feito acompanhamento com a psicologia, enfermagem e fisioterapia. No primeiro circuito que eu tentei fazer, não consegui concluir. Hoje já faço e consigo perceber que minha força muscular está voltando. Cada dia que saio daqui me sinto melhor”, falou Lucilene, que foi a primeira paciente a ser atendida no Centro de Reabilitação.

O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, destaca a importância do Centro.

“Apenas neste primeiro mês, tivemos 652 atendimentos e 109 pacientes em tratamento no Centro de cuidados pós-Covid do Hospital Oceânico. Para algumas pessoas que se contaminaram com a Covid-19, deixar o hospital pode representar o início de uma nova caminhada. Exatamente por isso, a Secretaria idealizou o centro com o objetivo de oferecer um serviço voltado para a reabilitação desses pacientes, com diferentes especialidades e serviços, que atuam para recuperação completa e mais rápida”, explica.

Fadiga, cansaço, dor crônica, fraqueza muscular, limitação respiratória, perda de olfato e paladar, são alguns sintomas que parte dos pacientes que superaram a Covid-19 enfrentam após a alta. Mas uma coisa chamou a atenção da equipe, o número expressivo de problemas cardíacos.

“Conseguimos mensurar dentre as pessoas atendidas até o momento no Centro de Reabilitação que, de cada dez, três pacientes precisaram da cardiologia, por alguma condição pós-internação. No Centro já temos especialistas por demanda e caso a gente perceba a necessidade de uma outra especialidade médica iremos nos adequando. Por ser uma doença recente, inúmeros estudos ainda estão em desenvolvimento e no que tange a reabilitação de sequelas é a mesma coisa”, explicou Rafael Carraro, diretor técnico do Hospital Municipal Oceânico.

Tratamento – Após o levantamento e a triagem realizada pelas equipes de saúde, o paciente é encaminhado a primeira consulta no Hospital Municipal Oceânico de Niterói, onde um médico faz a primeira avaliação e encaminha o paciente para uma das especialidades (fisioterapia, fonoaudiologia, assistência social, médica, enfermagem, nutrição, psicologia) que se dividem para atender a demanda de cada paciente.

“A equipe do Centro de Reabilitação tenta marcar mais de uma especialidade por dia, para que o paciente – muitas vezes com dificuldade para se deslocar – possa otimizar a sua ida ao Hospital. Além disso, essa é uma equipe que já vem combatendo o Covid-19 na unidade, por isso já tem conhecimento prático tanto dos pacientes, que a maioria das vezes estiveram internados no Hospital, quanto da doença”, esclareceu Gisela Motta, diretora geral do Hospital Oceânico.

Referência – O Hospital Municipal Oceânico é a primeira unidade do Brasil exclusiva para o tratamento de pacientes com Covid-19. A Prefeitura de Niterói arrendou as instalações de um hospital privado, que estava fechado. Foram realizadas obras de adequação na unidade para receber os primeiros pacientes que começaram a chegar logo depois de sua inauguração, em abril de 2020.

Em junho a unidade alcançou uma marca histórica: duas mil altas de pacientes recuperados da Covid-19 desde a abertura. O hospital já registrou 2.318 altas.

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