Dia dos Avós: Niterói tem 8% de ciclistas com 60 anos ou mais
Nesta terça-feira (26), é comemorado o Dia Mundial dos Avós e a imagem do casal de velhinhos na cadeira de balanço é coisa do imaginário. Segundo a Pesquisa do Perfil do Ciclista 2021, Niterói tem o terceiro maior percentual do país de pessoas acima de 60 anos pedalando: cerca de 8% dos ciclistas da cidade têm mais de 60 anos. Avó de 4 netos, a contadora Elaine Bastos Sant ‘Anna, de 62 anos, é uma das ciclistas da cidade: todos os dias faz o percurso Zona Norte-Rio, grande parte em cima de duas rodas. A Prefeitura de Niterói vem investindo, cada vez mais, na ampliação e melhoria das ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas em todas as regiões da cidade que, atualmente, conta com 63 km de extensão.
O coordenador do Projeto Niterói de Bicicleta, Filipe Simões, destaca que a bicicleta é um meio de transporte adequado para todas as idades.
“A ideia da bike como um objeto associado apenas aos mais jovens é posta à prova diariamente nas ruas de nossa cidade. É uma atividade de baixo impacto que pode ser adotada por pessoas de todas as idades”, afirma Filipe.
A Pesquisa do Perfil do Ciclista é feita a cada triênio pela ONG Transporte Ativo e pelo Laboratório de Mobilidade Sustentável (LABMOB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O levantamento mostra que 8% dos ciclistas de Niterói têm mais de 60 anos: a cidade fica atrás apenas de Petrópolis (12%) e Campos dos Goytacazes (11,5%). A média nacional é de 5,4% da população que usa a bicicleta como meio de transporte tem 60 anos ou mais.
Os dados também apontam que a pandemia mudou os hábitos de muitos niteroienses. Cerca de 53% das pessoas que participaram da pesquisa passaram a usar a bicicleta com mais frequência neste período. Esse foi um dos motivos que levou Elaine Bastos Sant ‘Anna a aderir à bicicleta no dia-a-dia.
“Eu já andava de bicicleta para ir ao Centro e também à academia e tinha a intenção de mudar meu hábito e usá-la com mais frequência, mas não queria abandonar os saltos. Com o início da pandemia, veio o gatilho e a preocupação com a saúde, pois não queria pegar ônibus. Hoje sou a louca dos tênis e vejo que a bicicleta me dá praticidade e independência de horário, além de não depender do trânsito”, explica Elaine.
De segunda a sexta ela sai do Fonseca, onde mora, e pedala até a praça Arariboia para pegar a barca. A bicicleta fica no Bicicletário Arariboia, no Centro, para o percurso de volta para casa. Elaine, que tem quatro netos, conta que sempre incentivou a família a pedalar.
“Dei bicicleta aos meus dois filhos e aos meus netos. Pedalar hoje é parte da minha rotina, tenho um escritório de contabilidade no Centro do Rio, então saio do Fonseca diariamente e venho de bicicleta e depois atravesso com ela de barcas. Eu sempre me movimentei, mas sinto que ganhei mais de resistência com o hábito de pedalar”, comemora.
A pesquisa também aponta que 38,4% da população que anda de bicicleta em Niterói tem o ensino médio, seguido de 32,5% com nível superior completo. A faixa etária predominante é dos 20-29 anos (30%) e acima dos 50 até os 59 são 13,8%. Cerca de 35%, chega a usar a bicicleta todos os sete dias da semana.
Em Niterói, a pesquisa contou com o apoio do Niterói de Bicicleta e foi coordenada pelo grupo Bike Anjo. O município metropolitano foi a primeira não-capital a participar da pesquisa, já em 2015. No total, mais de 10 mil entrevistas foram realizadas. A pesquisa está em sua terceira edição e, no estado do Rio de Janeiro, também inclui a capital, Campos dos Goytacazes e Petrópolis, além de Niterói.
Iniciativas na cidade – O objetivo da Prefeitura é chegar aos 120km de infraestrutura cicloviária em Niterói até 2024. Atualmente, a cidade conta com mais de 60km de malha cicloviária, contemplando áreas dos seguintes bairros: Centro, São Lourenço, Barreto, Santana, Fonseca, São Domingos, Boa Viagem, Gragoatá, Ingá, Icaraí, São Francisco, Charitas, Cafubá, Badu, Piratininga, Engenho do Mato, Camboinhas, Itaipu e Itacoatiara.
O Plano Niterói 450 anos, lançado este ano pela Prefeitura, prevê ações de ampliação e requalificação da infraestrutura cicloviária na cidade. Na Região Oceânica, por exemplo, a meta é alcançar a marca de 60km de ciclovias e ciclorrotas, além de concluir a implantação dos bicicletários e paraciclos. Na Região Norte, a previsão é de implantar ou requalificar 21,5km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas.
O Programa lançado pelo Município prevê, também, o aumento de 113% do número de vagas disponíveis no Bicicletário Arariboia, de forma integrada ao projeto da nova Praça Arariboia, até o fim de 2024. Além disso, a Prefeitura de Niterói estuda a implantação de um sistema de compartilhamento de bicicletas com 40 estações e 400 bicicletas nos bairros do Centro, São Lourenço, Fonseca, Icaraí, Santa Rosa, Ingá, São Domingos e Gragoatá.
Fotos: Lucas Benevides