
Abelhas sem ferrão: aliadas invisíveis no reflorestamento de Niterói
Muita gente tem medo de abelhas, mas as espécies sem ferrão não oferecem riscos. Ao contrário, são grandes aliadas do meio ambiente. Elas têm um papel essencial na polinização e no reflorestamento de áreas verdes. Para marcar o encerramento da Semana do Meio Ambiente, a Prefeitura de Niterói, por meio da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), realizou uma oficina no viveiro da empresa destacando a importância dessas espécies nativas na preservação ambiental.
Como novidade, foi apresentado o novo espaço de manejo de abelhas sem ferrão, que funcionará como reforço natural para a polinização das mais de 170 mil mudas produzidas anualmente no viveiro da Clin.
A ação fortalece as estratégias de revegetação urbana e contribui para a biodiversidade da Divisão de Educação Ambiental da Clin (DIEA). O engenheiro florestal Luiz Vicente explicou que a Clin recebeu 21 espécies de abelhas sem ferrão. Para marcar o início desta novidade, foi realizada a “Oficina das Abelhas Indígenas”, ministrada pelo meliponicultor Marcelo Campos, que foi o responsável pela doação das abelhas. Foram abordados temas como legislação, tipos de abelhas, como obter o primeiro enxame, tipos de caixas racionais, mel e derivados, entre outros.
Também ocorreu uma palestra com a presidente da Ame-Rio (Associação de Meliponicultores do Rio de Janeiro), Celicina Ferreira. A DIEA coordena e executa a restauração florestal do Parque da Água Escondida. O objetivo é executar a revitalização ecológica das áreas de encostas, voltadas para os bairros de São Lourenço, Cubango e Bairro de Fátima.
A data marca a inauguração do meliponário na Clin. Meliponário é um local onde são criadas colônias de abelhas sem ferrão, também conhecidas como abelhas nativas ou indígenas sem ferrão. Elas são importantes para a polinização e produção de mel. Além de dar apoio ao plantio, contribuem como bioindicadores para avaliar a qualidade ambiental, indicando alterações e impactos em ecossistemas.
Luiz Vicente explica a importância da atividade. “Fizemos um evento com oficinas e palestra, apresentando as espécies de abelhas, que farão parte do dia a dia do nosso viveiro. Estes insetos desempenham um papel vital na manutenção da biodiversidade e na polinização de plantas, tanto nativas como cultivadas. Além disso, são fundamentais na natureza por produzirem mel e outros produtos como cera, pólen e própolis”, explicou Luiz Vicente.
Algumas das abelhas não são encontradas na natureza e estão sendo reintroduzidas por falta de árvores grossas grandes o suficiente para elas fazerem seus ninhos e, também, por ação da extração humana.
Sobre o viveiro da Clin: o viveiro possui mais de 170 mil mudas, sendo aproximadamente 305 espécies da Mata Atlântica. O viveiro coleciona espécies como pau-brasil, babosa branca, aroeira, angico-vermelho, figueira da pedra, além de mudas de ipê-branco e roxo, açaí, jabuticaba, pitanga, entre outras espécies frutíferas. Apresenta, ainda, um projeto-piloto de plantas medicinais, aromáticas e condimentares, que envolve espécies como capim limão, erva cidreira e boldo, que servem para preparo de fitoterápicos como chá, tinturas e pomadas.
Há também o berçário, onde as mudas ficam até os três meses e, quando atingem cerca de 20 centímetros, vão para outro local, pegam sol e se preparam para subir o Morro da Boa Vista e, assim, servirem de base para o reflorestamento.
O viveiro é aberto à visitação e está disponível para quem quiser conhecer de perto as técnicas de cultivo e a produção das mudas que são utilizadas em diversas áreas de Niterói.
Foto: Divulgação