Exposição “Santa Intimidade”, no Museu Janete Costa, explora o divino na cultura popular

O povo reinventa e humaniza o sagrado diariamente. Objetos, rituais, práticas cotidianas e artesanato inspiram a mostra “Santa Intimidade”, no Museu Janete Costa de Arte Popular, no Ingá, em Niterói. O foco da mostra é explorar como a fé se manifesta de maneira íntima, pessoal e até rotineira. O espaço junta obras de 41 artistas do Brasil e evoca o imaginário popular materializado em 20 divindades, além de um espaço especial para Nossa Senhora. A exposição, oferecida pela Prefeitura de Niterói através da Fundação de Arte de Niterói (FAN), tem curadoria e expografia de Jorge Mendes.

“Arte e fé são duas paixões que costumamos ver juntas. No Brasil, um país cheio de crenças que são passadas há gerações, o sagrado se manifesta de maneiras muito particulares e essa é parte da sua beleza. A mostra ‘Santa Intimidade’ está linda! Fico feliz de ver uma manifestação cultural tão importante ganhando vida no Museu Janete Costa”, celebra o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves.

Por meio da escolha de 17 santos populares, três figuras santificadas pela devoção popular — mas não reconhecidas pela Igreja — e uma sala especial dedicada à Nossa Senhora, a exposição celebra a força da fé popular e a capacidade do povo de personalizar o sagrado à sua maneira, tendo-o como companheiro constante na jornada do dia a dia.

“ ‘Santa Intimidade’ reforça o compromisso da Fundação de Arte de Niterói com a diversidade das manifestações culturais, uma vez que é uma oportunidade de, através da arte popular, exercitarmos um olhar amplo, que considera as diferenças culturais como um ganho do processo participativo das construções humanas. Afinal, a arte é, sobretudo, oportunidade de diálogo”, reforçou a presidente da FAN, Micaela Costa.

Com curadoria e expografia de Jorge Mendes, a mostra explora e celebra a riqueza e a diversidade da devoção popular brasileira, evidenciando como a fé se manifesta através de objetos, rituais e práticas cotidianas e como o povo reinventa e humaniza o sagrado, transformando-o em um elemento constante e presente em suas vidas.

“O sagrado é uma experiência pessoal e subjetiva, que pode se manifestar de maneiras únicas e individuais. Cada pessoa tem sua própria forma de se conectar com o divino, seja através de devoções, romarias, procissões, novenas, da utilização de amuletos ou da participação em festas de padroeiros. Neste sentido, o sagrado é um espaço de liberdade e expressão, onde cada um pode encontrar seu próprio caminho para a espiritualidade” – explica Jorge Mendes, reforçando ainda que a fé não só move montanhas, mas também sobe morros, vaga por becos, deságua em mares, desemboca em rios, se encontram nas encruzilhadas e se manifesta nos corpos em festa.

O trajeto expositivo evidencia a devoção popular como um fenômeno complexo e multifacetado, com manifestações de fé expressas pela profunda conexão que as pessoas têm com a religiosidade e a espiritualidade, frequentemente marcadas por uma mistura de elementos culturais, históricos e emocionais.

“Inspirada na maneira como o povo reinventa o sagrado diariamente, a exposição “Santa Intimidade” explora a dimensão do encantamento da sociedade, onde a fé se manifesta em objetos, rituais e práticas que permeiam a vida cotidiana”, conclui Daniela Moraschini, diretora do museu.

SERVIÇO:
Exposição “Santa Intimidade”
Visitação: até 28 de setembro
Horário: Terça a domingo, de 10 às 17h
Entrada: Gratuita
Classificação: Livre
Local: Museu Janete Costa de Arte Popular
Endereço: R. Pres. Domiciano, 178 – São Domingos, Niterói

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