Niterói apresenta ações climáticas na conferência da ONU na Escócia
As políticas públicas da Prefeitura de Niterói para mitigar emissões de carbono e a implantação de conceitos sustentáveis em prédios públicos, foram alguns dos temas abordados pelo prefeito Axel Grael nesta segunda-feira (08) em Glasgow, na Escócia, durante reunião de líderes da Aliança para Ação Climática (ACA), coalizão dedicada a empreender medidas e aumentar o apoio público no enfrentamento à emergência climática mundial. O chefe do Executivo municipal está participando ativamente da COP-26, conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas que reúne representantes de 200 países. Grael, que também é vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos, voltou a defender a importância dos governos sublocais na implementação efetiva de ações em defesa dos ecossistemas.
“Tratamos desse tema com muita seriedade e responsabilidade. Estamos assumindo nossa responsabilidade e liderança nesse tema tão vital e estratégico, o que vem acontecendo também com outras lideranças do nosso país. Os governos sublocais brasileiros estão engajados e conscientes sobre sua importância neste processo”, destacou o prefeito.
Uma das metas da iniciativa é que sejam cumpridos os compromissos pactuados no Acordo de Paris, que foi assinado por 195 países para conter o aumento do aquecimento global e prevê metas para a redução da emissão de gases do efeito estufa. O movimento já existe nos Estados Unidos, Vietnã, México, Argentina, Japão e África do Sul.
Axel Grael lembrou que Niterói também aderiu à campanha Race to Zero, um movimento global da Organização das Nações Unidas (ONU) que reúne empresas, instituições educacionais, investidores e governos locais em um trabalho conjunto para alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
“De acordo com o inventário de gases de efeito estufa (GEE’s) da cidade, de 2016 a 2018, Niterói teve queda de 18% na quantidade de emissões”, pontuou.
O secretário municipal do Clima, Luciano Paez, que acompanha o prefeito em Glasgow, ressaltou ações da administração pública de Niterói, no enfrentamento desse problema, destacando as ações que estão sendo tomadas no Hospital Pediátrico Getulinho e na Maternidade Municipal Alzira Reis, dentre outros.
“O Getulinho, unidade pediátrica de referência na Zona Norte, será o primeiro hospital municipal neutro em carbono do Brasil. O módulo do programa Médico de Família do Jacaré, na Região Oceânica, em funcionamento, é um prédio sustentável. A escola Municipal Professor Marcos Waldemar de Freitas Reis, em Itaipu, será a primeira Carbono Zero da cidade e a Maternidade Municipal Alzira Reis, que está sendo reformada e ampliada, terá conceitos sustentáveis, como aquecimento solar, reuso de água, telhados e paredes verdes. A estimativa é de que haja economia de cerca de 40% de energia elétrica e de 60% de água potável”, explicou Paez.
O coordenador do Programa Niterói de Bicicleta, Filipe Simões, que também está no evento da ONU, focou na importância dos investimentos no sistema cicloviário. Segundo ele, o inventário de gases do efeito estufa de Niterói indica que o setor de transportes é responsável pela maior parte das emissões do município.
“Nesse cenário, o aumento da participação da bicicleta nos deslocamentos é uma forma efetiva de redução das emissões. Uma análise das metas voltadas para a bicicleta do plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Niterói indica que, uma vez alcançadas, impedirão a emissão anual de toneladas de carbono na atmosfera”, disse Simões.
Saiba mais sobre as ações sustentáveis implantadas pela Prefeitura de Niterói:
O município iniciou em setembro uma fase de testes operacionais com um ônibus elétrico circulando pela cidade. A Prefeitura prevê substituir 10% da frota de ônibus movidos a óleo diesel por veículos elétricos com zero emissões. Cada veículo deixará de emitir 115 toneladas de gases por ano.
Está em andamento a criação do Parque Orla Piratininga (POP). O projeto da Prefeitura de Niterói contempla a recomposição vegetal da orla da Lagoa de Piratininga, abrangendo uma área de mais de 150 mil metros quadrados. O POP será um passo fundamental para a despoluição da lagoa. Um dos diferenciais do parque é a implantação de um sistema de gestão de águas pluviais composto por bacias de sedimentação, jardins filtrantes, jardins de chuva e biovaletas para a captação e tratamento das águas provenientes dos rios e da rede de drenagem das principais bacias contribuintes à Lagoa de Piratininga.
Com o Programa Niterói Mais Verde, criado através de decreto em 2014, a cidade tem mais da metade do seu território protegido por unidades de conservação. A cidade também desenvolve, há sete anos, o projeto Enseada Limpa para despoluição da Enseada de Jurujuba (parte da Baía de Guanabara). O índice de balneabilidade aumentou de 28% para 61% em quatro anos. Niterói tem 100% de abastecimento de água tratada e 95% da população tem acesso a rede de esgoto.