
Niterói está na contagem regressiva para a inauguração do Centro Cultural Cauby Peixoto, no Fonseca
No dia do aniversário da cidade, a população de Niterói vai ganhar um espaço voltado para as artes. Em 22 de novembro (sábado), será inaugurado o Centro Cultural Cauby Peixoto, no Fonseca, o primeiro equipamento público cultural da Zona Norte. Instalado em um casarão histórico que foi totalmente restaurado, o complexo vai receber exposições e espetáculos, além de oferecer salas para cursos, ensaios e reuniões de coletivos culturais, entre outros eventos.
O prefeito Rodrigo Neves destaca a vocação cultural de Niterói.
“Ficou tudo lindo. A gente sabe que a cultura é parte indissociável da cidade. Niterói é uma cidade vibrante, cultural. A gente cuidou desse projeto com muito amor e com muito carinho. Esse casarão, que esteve abandonado durante décadas, vai abrigar várias atividades e também ser um importante centro de memória sobre a Alameda São Boaventura, que vai viver uma grande transformação nos próximos anos”, afirmou Rodrigo Neves.
O projeto do Centro Cultural Cauby Peixoto foi pensado com atenção aos detalhes: nenhuma árvore foi derrubada, vitrais centenários foram preservados e tanto o casarão quanto o prédio anexo foram adaptados para acessibilidade. O complexo tem um teatro para 240 pessoas, salas de ensaio, ambientes multiuso e espaços dedicados à memória do niteroiense Cauby Peixoto e do Fonseca, bairro onde o cantor morou e tem grande relevância histórica para a cidade. Para a inauguração, haverá três sessões do espetáculo “Cauby, uma paixão”, musical em que o ator Diogo Vilela interpreta Cauby Peixoto. A primeira delas, no sábado, será exclusiva para autoridades, convidados e trabalhadores da obra. No domingo (23), serão duas sessões gratuitas e abertas ao público, às 16h e às 19h ― os ingressos, disponíveis na plataforma Sympla, esgotaram em meia hora.
“Transformar um lugar que esteve abandonado em um espaço de encontro e criação é mais do que inaugurar um equipamento. É um gesto de reparação, de cidadania cultural e de afirmação do direito à cultura como fundamento da democracia. Estamos devolvendo à comunidade a possibilidade de produzir sentido com liberdade, dignidade e presença pública. Aqui, a cultura volta a ser aquilo que sempre foi neste território: força que reúne, fortalece vínculos, amplia horizontes e abre caminhos para garantir os direitos culturais da população”, reforçou o secretário das Culturas, Leonardo Giordano.
A abertura do Centro Cultural apresenta três exposições que dialogam com diferentes temporalidades, memórias e linguagens. “Azulejos de Memória”, mostra inaugural da Sala de Memória, constrói um mosaico afetivo da história do Fonseca por meio de fotografias, documentos, vídeos, relatos e materiais distribuídos em dez núcleos que percorrem desde as primeiras ocupações indígenas até processos de urbanização, industrialização, vida de bairro e cultura popular. Instalada na antiga sala de jantar do casarão, a exposição inaugura um projeto permanente dedicado às narrativas da Zona Norte, que seguirá incorporando novos conteúdos e memórias de seus moradores.
A mostra “Cauby Peixoto: Para ser outra vez” apresenta múltiplos olhares sobre o cantor nascido em Niterói, destacando sua trajetória, estilo e performance, além de leituras contemporâneas sobre gênero, imagem e expressividade. Fotografias, registros raros e materiais curatoriais compõem uma mostra que convida o público a revisitar a presença cênica e a importância cultural de Cauby na música brasileira.
Já a exposição “SKID” aproxima o público de pesquisas em arte contemporânea que exploram relações entre corpo, espaço urbano e memória, ampliando o diálogo do centro cultural com práticas artísticas experimentais e novas narrativas visuais.
Durante a inauguração, o público também poderá assistir ao curta-metragem “Por de trás dos teus muros”, dirigido por Jota Trindade. O documentário acompanha a transformação do antigo casarão da Alameda São Boaventura até sua reabertura como centro cultural, reunindo relatos de vizinhos, trabalhadores da obra, agentes públicos e de uma antiga moradora da casa. A obra dialoga com a pesquisa de mestrado da artista visual Giuliana Pacini, que estudou o imóvel antes da restauração, registrou suas ruínas e investigou afetos, memórias e imaginários preservados no tempo. O filme será exibido em uma das salas do centro cultural.
O investimento da Prefeitura no restauro e na adaptação do casarão histórico foi de R$ 16,8 milhões.
Foto: Lucas Benevides




