Prefeitura de Niterói lança novo edital de licitação do Cinema Icaraí neste sábado (03)

O novo edital de licitação para as obras do Cinema Icaraí será publicado neste sábado (03) e a previsão é que o resultado do processo saia em 45 dias. O edital passou por adequações para atender às determinações do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O prédio, que teve suas atividades encerradas em 2006, será todo preservado e contará com três salas de cinema de última geração, sala para concertos, que abrigará a Orquestra Nacional da UFF, e espaço gastronômico, entre outras instalações.

“A recuperação do Cinema Icaraí faz parte de um plano de recuperação do patrimônio arquitetônico da cidade e da memória afetiva do niteroiense. Esse era um dos nossos grandes desafios e conseguimos fazer isso, em conjunto com a Universidade Federal Fluminense. A ideia é recuperar o cinema, transformando-o também em um espaço cultural, para termos condição de abrir uma parceria com a iniciativa privada e fazer com que as unidades e equipamentos possam gerar receita e emprego”, detalhou o prefeito Axel Grael.

Além da preservação de todo o patrimônio histórico, em especial o estilo art déco, a obra também irá se destacar por ter acessibilidade para os visitantes e ser sustentável. O investimento será de cerca de R$55 milhões e o prazo de execução será de 12 meses, a partir da assinatura da Ordem de Início.

Além disso, o local ganhará quatro espaços de gastronomia. Segundo o anteprojeto, o Cinema terá um aumento de 1.267,00 m² de área construída.

“A reforma do Cinema Icaraí trará de volta toda a atividade do prédio histórico e vai recuperar um importante espaço cultural do município. Além dele, estamos trabalhando em outros equipamentos arquitetônicos da cidade, como a Ilha da Boa Viagem e a Casa Norival de Freitas, que será sede do Programa Aprendiz Musical”, afirmou o ex-prefeito e atual secretário Executivo de Niterói, Rodrigo Neves.

O trabalho inclui a preservação da fachada e restauro do saguão com todos os seus elementos: bilheteria, bomboniere, piso, teto, portas, escadarias e, ainda, a instalação de escada rolante e elevador, oferecendo acessibilidade plena aos visitantes.

No salão, todos os componentes decorativos serão revitalizados e o palco será ampliado para comportar a Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminense. A plateia terá capacidade para mais de 300 pessoas e será instalada uma plataforma elevada para acesso ao subsolo. O projeto também inclui a revitalização deste subsolo, abaixo do palco, para área técnica e espaço de acervo e guarda de instrumentos.

O primeiro pavimento comportará os camarins, um mezanino para 69 pessoas e um restaurante. Já o segundo receberá toda a infraestrutura para atender a orquestra e também estarão localizadas as áreas administrativas do empreendimento.

As salas de cinema estarão localizadas no terceiro pavimento: uma delas terá capacidade para 150 lugares e outras duas com 65, cada. Além do espaço administrativo do cinema, o andar terá um café/bomboniere.

O quarto pavimento ganhará um bar bistrô e será criado um quinto para a construção de um restaurante com varanda e vista para o mar, sem retirar as características da fachada. Para colaborar com a sustentabilidade, serão instaladas na cobertura placas de módulos fotovoltaicos para a captura de energia solar e todo o prédio também terá sistema de captação de água da chuva para reuso.

História

Construído nos anos 40, o edifício em estilo art déco foi um dos mais tradicionais cinemas de Niterói, até encerrar as atividades em 2006. Devido a importância, o prédio foi tombado em 2001 pelo município e em 2008 pelo Estado, e guarda na memória dos niteroienses um espaço de cultura e encontro para lazer.

Desde 2019, ano em que conquistou o termo de uso do prédio, a Prefeitura de Niterói realiza estudos e contrata empresas especializadas em projetos de arquitetura e restauro. Ainda foi realizado um trabalho conjunto com a UFF, com o Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio (CMPPC), o Departamento de Preservação do Patrimônio Cultural (DePAC) e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC).

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