Prefeitura de Niterói se reúne com representantes do Fundo de População das Nações Unidas em Brasília
O programa Dignidade Menstrual, da Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim) da Prefeitura de Niterói foi pauta de reunião entre a coordenadora Fernanda Sixel e integrantes da UNFPA, o Fundo de População das Nações Unidas, o organismo da ONU responsável por questões populacionais, em Brasília.
A coordenadora da Codim falou sobre os avanços do enfrentamento à pobreza menstrual em Niterói por meio do Programa de Dignidade Menstrual. A Prefeitura de Niterói, através de licitação, adquiriu um milhão e oitocentos mil pacotes de absorventes, além de mil coletores menstruais e 500 absorventes de tecidos. A Codim fará a distribuição dos absorventes reutilizáveis e coletores, que serão ofertados em conjunto a um encontro formativo, junto às meninas e mulheres na Rede de Educação e projetos sociais do EJA, Educação de Jovens e Adultos, ligado à Secretaria Municipal de Educação de Niterói.
“Menstruar é um processo natural e não deve ser motivo de vergonha ou tabus. A pauta da mulher é transversal, e nesse programa específico a Secretaria de Saúde fará a distribuição universal dos absorventes descartáveis, e nós da Codim faremos a distribuição dos absorventes reutilizáveis, que serão ofertados em conjunto a um encontro formativo, junto às meninas e mulheres na Rede de Educação e projetos sociais. Garantir dignidade menstrual é garantir não só o acesso a itens de higiene, mas acesso às informações sobre o seu próprio corpo, seus direitos sexuais e reprodutivos”, explicou Fernanda Sixel, coordenadora da Codim.
Participaram do encontro a representante adjunta da UNFPA Brasil, Junia Quiroga; a representante oficial para Equidade de Gênero, Raça e Etnia de Luana Batielle; a associada de projeto da UNFPA, Indyamara Machado e a especialista em juventude e educação Daniela Florio, além da diretora da Codim, Thamyris Elpidio e a subsecretária Executiva da Prefeitura de Niterói, Marcilene Souto.
Segundo estudo publicado pela UNFPA, mais de 4 milhões de meninas não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. O estudo “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos” ainda constata que uma a cada quatro meninas faltam às aulas por não ter acesso à absorventes higiênicos durante o período menstrual, que pode durar de 5 a 7 dias.
A pesquisa identificou que os problemas menstruais foram o principal motivo de saúde que levou cerca de 22 mil meninas a deixar de trabalhar, ir à escola, brincar, ou realizar afazeres domésticos. Além disso, o manejo inadequado da menstruação pode ocasionar diversos problemas para a saúde, como alergia, irritação da pele, mucosas, infecções urogenitais como a cistite e a candidíase e uma condição que pode levar à morte, conhecida como Síndrome do Choque Tóxico.