Projeto de acrobacia será apresentado gratuitamente nas praias de Charitas e Itaipu neste fim de semana

 Quem gosta de acrobacias e de artes diferenciadas vai ter a oportunidade de, nos dias 1 e 2 de novembro (sábado e domingo) de assistir gratuitamente ao espetáculo “Sozinhas somos pétalas, juntas somos rosas”, em Charitas e Itaipu. Com apoio da Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria de Esporte e Lazer, o projeto vem impactando a vida de dezenas de pessoas ao longo dos últimos cinco anos

O projeto, além da força física, vem imprimindo uma nova forma de ver e enfrentar a vida a quem experimenta os exercícios praticados nas alturas em liras, trapézios e tecidos. A iniciativa nasceu a partir de edital da Secretaria Municipal das Culturas.

“O projeto Pendurados representa exatamente o que acreditamos: o esporte e a arte como caminhos de transformação, inclusão e bem-estar. Ver mulheres e jovens da nossa cidade ganhando força, confiança e expressão através das acrobacias aéreas é inspirador. Apoiamos com orgulho essa iniciativa que une superação, sensibilidade e coletividade”, afirma o secretário de Esporte e Lazer de Niterói, Luis Carlos Gallo. 

O “Pendurados” já é conhecido por quem costuma passar pela orla da Praia de Icaraí, na Zona Sul da cidade, onde as aulas acontecem. Mas quem conhece de perto o trabalho de Juliana Berti testemunha o quanto o projeto transforma vidas. “Penduradas” nas alturas por liras, trapézios e tecidos, elas ganham força muscular e, mais do que isso, se veem impactadas por uma nova forma de enxergar a si mesmas.

Nas aulas, os participantes são introduzidos ao universo circense através da acrobacia área, nos aparelhos lira e tecido, tendo como base os princípios de educação somática e consciência corporal. Há o incentivo para se explorar os corpos de maneira consciente e criativa. A acrobacia aérea exige concentração, confiança e trabalho em equipe, promovendo habilidades socioemocionais importantes para o desenvolvimento, em especial, dos jovens.

“Vim para Niterói com o propósito de trazer para a cidade uma escola de circo de excelência e segura. Criei o Projeto Pendurados em 2020, em plena pandemia de Covid. Hoje, cinco anos depois, tenho muito orgulho do que iniciei e no que nos transformamos, pois aprendi com o circo que, sozinho, você não levanta uma lona. O Pendurados hoje é referência, reúne um grupo de pessoas – na maioria mulheres, os homens ainda são cerca de 2% dos alunos – fortes, empoderadas, mais seguras de si”, afirma  Juliana   Berti

O Espetáculo – Além das aulas diárias, de segunda a sexta-feira, na Praia de Icaraí, das 6h30 às 9h e das 18h às 20h, o projeto Pendurados Acrobacias Circenses montou, em 2023, seu primeiro espetáculo: Marcas do Passado, abordando a violência doméstica. O sucesso foi tanto que, em 2025, resolveram partir para um novo espetáculo.

O “Sozinhas Somos Pétalas, Juntas Somos Rosas”, montado por meio de edital da Secretaria das Culturas de Niterói, reunirá alunas regulares do Pendurados, bolsistas que chegaram por meio do edital e os artistas Raphael Pompeu, Daniel Leubach, Mila Werneck, Maria Julia Teixeira de Macedo e Julia Kassuga. A dramaturgia e direção geral estão a cargo de Juliana Berti e Raphael Pompeu.

Os movimentos no palco serão influenciados pelas aulas, que usam a lira e tecidos como aparelhos, baseadas em princípios da educação somática e consciência corporal, e incentivam os participantes a explorar seus corpos de maneira consciente e criativa.

“Arte para superar e ressignificar traumas e dores. Essa é a premissa desse projeto inédito, que acolhe meninas e mulheres que superam as más experiências por meio das artes, da educação e do esporte. Para isso, o trabalho com esse tema sensível é feito de forma lúdica, utilizando técnicas de circo e teatro em um espaço de acrobacia totalmente seguro, com profissionais capacitados e treinados. O corpo fala, grita com a lira, os tecidos e o trapézio. As mulheres conseguem usá-los como válvulas de escape, numa experiência transformadora. Isso desperta a autoconfiança e impacta no que elas conseguem fazer”, explica Juliana Berti.

O “Sozinhas Somos Pétalas, Juntas Somos Rosas” aborda o enfrentamento às várias formas de violência, através do circo, do teatro e dos movimentos corporais, utilizando contrapontos que equilibram a maneira como este assunto pode ser tratado. A narrativa se desenvolve através da música, da dança e de elementos do teatro físico, com coreografias e números circenses, num espetáculo, ao mesmo tempo, lúdico e reflexivo. A criação é orientada pelos princípios do teatro do oprimido, onde a arte é utilizada como uma forma de expressão e conscientização social.

Botão Voltar ao topo
Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support