Projeto leva educação ambiental às escolas da rede pública municipal de Niterói

A Prefeitura de Niterói deu início, em 2024, ao Projeto de Inventário da Biodiversidade Faunística da Bacia Hidrográfica Contribuinte à Enseada de Jurujuba que encerrou as atividades do ano com resultados positivos em campanhas de educação ambiental com três escolas da rede pública da região, em parceria com o Instituto Moleque Mateiro. O programa recebeu, ao todo, 434 crianças das escolas Helena Antipoff, Professora Lúcia Maria Silveira Rocha e Professora Maria Ângela Moreira Pinto. Dentre as atividades, aulas de ciências a bordo de um barco, observação da fauna e da flora, práticas com instrumentos de medição do vento e da qualidade da água, equipamentos de fotografia e de captação audiovisual, e dinâmicas de desenho e pintura.

Desirée Luzia Martins da Silva, pedagoga responsável pela Escola Municipal Helena Antipoff, considera o trabalho de extrema importância para o desenvolvimento das crianças.

“As atividades feitas com os alunos despertaram a curiosidade deles pela questão científica e ofereceram a eles uma visão mais ampla do que é o entorno da Baía de Guanabara, ampliando o aprendizado. E o tratamento que as crianças receberam por parte de toda a equipe foi fantástico, as crianças foram muito bem acolhidas por todos, todas trouxeram relatos incríveis dessa experiência. E eu pude observar a mudança no comportamento neles com uns lembrando aos outros para não jogarem lixo onde não deve e depositar nas lixeiras”, relata a profissional.

Os “pequenos cientistas” confirmam o impacto da participação nas atividades. Luan da Silva Costa Cordeiro, da turma 4A (EM Helena Antipoff), conta que foi a primeira vez que teve a oportunidade de passear de barco pela enseada e que adorou conhecer o lugar onde vive por outro ângulo e aprender sobre os cuidados com a natureza. “Se a gente joga lixo no mar, os animais podem engolir e morrer, então não podemos fazer isso”, compartilha ele sobre o que ouviu nas aulas.

A colega de turma Luiza Pimentel Silva também declara que passou a tomar mais cuidado com o descarte de objetos e que dividiu os ensinamentos adquiridos com sua família. “Eu cheguei em casa e já fui contando direto para minha mãe, ‘olha o que eu aprendi, não pode jogar lixo no meio ambiente’, e aí a minha mãe também nunca mais jogou lixo fora do lugar. Assim minha família está aprendendo junto comigo”.

Professora da turma GR3A, Lívia Moura Ramos considera que os benefícios das atividades têm, de fato, o potencial de serem perpetuados para além do ambiente escolar.

“Foi uma experiência muito enriquecedora para todos nós que estivemos lá. Os alunos estavam encantados, nunca tinham tido uma vivência desse tipo. E nós também tivemos a oportunidade de trazer os debates de volta para a escola, tivemos muitas conversas posteriores, tudo o que eles aprenderam lá, sobre questões ambientais. Eles até hoje falam que foi um dos melhores dias da vida deles, a gente percebia isso pelos olhos brilhando. E pelas reações, tenho certeza que eles levaram isso para as famílias, disseminaram esses conhecimentos para fora das escolas”.

A proposta do programa de educação ambiental do projeto é justamente atingir toda a comunidade através das atividades com os alunos. Além do conhecimento compartilhado com familiares e amigos, foram realizados 3 ciclos de exposições abertas ao público, nas quais pais e moradores locais puderam ter contato com o material de arte produzido pelos estudantes ao longo das aulas e vivenciar, através do olhar das crianças, o que foi aprendido durante as oficinas. Os eventos contaram, ao todo, com mais de mil espectadores presentes para apreciar a obra dos estudantes.

Nádia Maria da Rosa Santos, professora das turmas de aceleração A1 e A2 da Helena Antipoff, acredita ser um verdadeiro privilégio para os alunos poderem participar de um projeto deste porte. “É um projeto muito bacana, estava fazendo falta algo assim para nossas crianças. Elas podem ter essa complementação de conhecimento da questão ambiental para além da sala de aula. Sempre estimulamos eles a cuidarem do meio ambiente, mas quando eles vivenciam de forma assim, concreta, de dentro da Baía de Guanabara, é uma experiência fantástica”, comenta a docente. “É um projeto que deveria acontecer todos os anos, para mais e mais alunos terem uma oportunidade como essa”, completa ela.

A proposta do projeto é justamente levar o entendimento de pertencimento às crianças e suas comunidades, tornando palpável a relação e integração de todos com a natureza à sua volta. Dentre os relatos de professores e monitores participantes das atividades embarcadas, eles contam que um grupo de alunos avistou uma tartaruga marinha e deram a ela o nome de “Cascudo”. O contato direto com o animal dentro do mar despertou neles com clareza a importância de preservar tudo o que viam. Ao final da aula-passeio, todos se preocupavam com a ideia de resguardar a vida do Cascudo, não descartando lixo nas areias das praias e no mar. “O lixo fica preso no bicho e eles não conseguem mais nadar, ou engolem e morrem”, declara Ana Júlia Gonçalves da Silva, da turma 4A.

O programa de educação ambiental do projeto de Inventário da Biodiversidade Faunística da Bacia Hidrográfica Contribuinte à Enseada de Jurujuba é uma iniciativa da Prefeitura de Niterói com apoio da Secretaria Municipal de Educação de Niterói, com o objetivo de difundir conhecimentos científicos e abrir frentes para novos projetos voltados para a sustentabilidade na região.

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