Niterói testa primeiro carro elétrico
O primeiro carro elétrico da Prefeitura de Niterói passou, na última terça-feira (21), por um teste e foi aprovado. O prefeito Axel Grael e a secretária de Conservação e Serviços Públicos, Dayse Monassa, fizeram um trajeto com o veículo do prédio do Novo Mercado Municipal, na Zona Norte, até as obras do Parque Orla Piratininga, na Região Oceânica. A experiência foi feita no mesmo dia em que o município publicou, no Diário Oficial, o decreto que cria a política municipal de estímulo ao uso de carro elétrico na administração municipal pública.
Serão alugados 150 veículos elétricos, que irão substituir veículos comuns até 2024 em diferentes órgãos da Prefeitura. A medida faz parte da política pública do eixo Clima e Resiliência do Plano Niterói 450, que tem como objetivo a implementação de medidas que levem a cidade a um caminho cada vez mais sustentável. Além da locação dos carros elétricos, a Prefeitura vai realizar uma concorrência para implantar infraestrutura (painéis solares fotovoltaicos) para carregar esses veículos.
“Muitas pessoas evitam dar o passo para a utilização dos carros elétricos por falta de pontos de recarga. Mas nós da Prefeitura vamos fazer a nossa parte para estimular a transição de um transporte mais sustentável em Niterói. Essa transição energética do transporte representa muito. Neste caso específico vamos dar prioridade para as secretarias com o uso mais intenso, já que os carros convencionais emitem mais poluentes. Demos um passo importante com esse decreto”, explicou o prefeito Axel Grael.
O carro testado foi um iCar, da CAOA Chery, que é um compacto urbano 100% elétrico, com autonomia de cerca de 300 quilômetros e precisa de seis horas para carregar ligando na tomada normal. O primeiro veículo já começou a ser utilizado pela Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (Seconser).
Para a integração dos veículos à frota municipal até 2024, será feita licitação ainda neste semestre, de acordo com a secretária Dayse Monassa. A licitação contemplará ainda a construção de dois telhados fotovoltaicos (usina de energia solar), com 12 mil metros quadrados divididos em seis mil metros, na sede da Secretaria de Conservação e Serviços Públicos e os outros na Secretaria de Ordem Pública. Os veículos serão inicialmente utilizados pela Guarda Municipal e Fiscalização de Serviços. Ainda segundo a secretária, o aluguel de 150 carros elétricos pela prefeitura deve gerar uma economia de cerca de R$ 225 mil por mês, que deixarão de ser gastos em combustível.
“Apesar de toda a tecnologia que envolve, vai ser muito fácil para quem utilizar o veículo se adaptar. O motor do carro não faz barulho e tinha horas que eu desligava o som do rádio do carro porque não tinha barulho. Eu até acelerava achando que estava desligado. Serão veículos somente para três pessoas que serão utilizados para fiscalização, mas diante do montante de serviços e das secretarias que utilizarão, já farão bastante diferença já que quanto menos utilização de combustível fóssil, estaremos ajudando a natureza a diminuir a emissão de gás efeito estufa. Estaremos tratando de energia limpa”, explicou a secretária Dayse Monassa.
Para o secretário do Clima de Niterói, Luciano Paez, a iniciativa representa o primeiro passo na indução de uma política de redução de emissões de gases de efeito estufa de forma significativa.
“Além de toda a economia financeira que a prefeitura fará no médio prazo com a manutenção e consumo de um carro elétrico, temos um ganho ambiental gigante. Como forma de comparação, para compensar a emissão de carbono da nossa frota atual, teríamos que plantar uma árvore para cada 73 quilômetros rodados. No caso dos carros elétricos essa distância cresce para cada 3.600 quilômetros rodados. Podemos sim, em nível local, contribuir para resolver os problemas que impactam o planeta, e com reflexos cada vez mais recorrentes nas cidades”, esclarece Paez.
Pelo decreto, os contratos administrativos elaborados pela Prefeitura onde seja necessária a utilização de veículos, devem dar prioridade ao uso de carros elétricos. Essa previsão deve estar nos editais e nos estudos técnicos relacionados à contratação.
Os órgãos públicos só poderão abrir algum tipo de exceção quando não houver veículo elétrico com as características necessárias para o tipo de uso ou quando não for recomendável por razões técnicas ou logísticas.
A administração pública municipal poderá tomar medidas de apoio necessárias para prover infraestrutura de recarga para os carros elétricos, podendo ainda eleger locais para instalação de pontos de recarga para estimular o uso dos veículos elétricos, levando em consideração as normas técnicas vigentes. Os órgãos públicos, na medida de suas competências, adotarão medidas para incentivo ao uso de veículos elétricos, tais como divulgação de pontos de recarga e criação de vagas de estacionamento preferenciais.
A adoção da frota de carros elétricos é um dos projetos do eixo Clima e Resiliência do Plano Niterói 450 anos, que prevê, até 2024, R$ 2 bilhões de investimento em toda a cidade em projetos e obras importantes em todas as regiões.
Eixo Clima e Resiliência do Plano Niterói 450 anos
Para as ações previstas no eixo Clima e Resiliência do plano Niterói 450 anos, o investimento da Prefeitura será de R$ 398 milhões no período de 2022 a 2024. Deste total, as obras de contenção de encostas terão os maiores investimentos: R$ 302 milhões. Alguns projetos:
– Investimento em sustentabilidade e contenção de encostas, modernização do Centro de Monitoramento da Defesa Civil, com implantação de um radar meteorológico, e projetos para mitigar a emissão de gases poluentes, como a substituição de veículos da frota municipal por carros elétricos e projetos que visam a mitigar a emissão de gases.
– Fortalecimento do Grupo Executivo para o Crescimento Ordenado de Preservação das Áreas Verdes (Gecopav) da Prefeitura de Niterói, que previne a ocupação de áreas de risco, também faz parte das ações. Compra de equipamentos e reforço na estrutura logística da Guarda Municipal Ambiental, além da implantação de uma sede, que irá funcionar no Engenho do Mato.
– Aquisição de estações de monitoramento da qualidade do ar. Serão três estações automáticas e seis semiautomáticas. Esses equipamentos medem a concentração de vários gases como o metano e, principalmente, o ar particulado (poeira).
– As ações de prevenção e combate a queimadas, com aquisição de veículos equipados para aumentar a capacidade de eliminação de focos iniciais de queimadas e rondas preventivas, além de dois drones de alta capacidade que serão usados para orientar as equipes de solo no combate a esses incêndios e avaliar o dano causado.
– Desenvolvimento de um programa que combina o reflorestamento de encostas com a implantação de uma usina solar. Com esta iniciativa, a ideia é produzir energia nesses locais e uma boa parte do resultado dessa produção vai beneficiar a própria comunidade. O Morro Boa Vista, localizado entre o Centro e o Fonseca, será a primeira comunidade a receber o projeto.