Mais de 200 pessoas participam da oficina “Práticas com Plantas Medicinais” na Companhia de Limpeza de Niterói

A Divisão de Educação Ambiental (DIEA) da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Biossistemas (PGEB) e o grupo PET – Farmácia Viva da Universidade Federal Fluminense (UFF), realizou a oficina “Práticas com Plantas Medicinais” no viveiro de mudas da Clin, na terça-feira (10).

Ministrada pela professora e doutora Thelma de Barros Machado, a oficina teve como objetivo capacitar os participantes para produzir fitoterápicos de maneira segura e eficaz, utilizando técnicas artesanais no preparo de chás, tinturas, óleos medicinais, pomadas, géis e emplastros, com base em fundamentos científicos e práticas tradicionais.

O evento destacou conhecimentos que os participantes podem aplicar em casa, utilizando uma linguagem simples para facilitar a compreensão e incentivar a disseminação do aprendizado.

“Chamamos isso de tecnologia social: a maneira acessível como transmitimos o conhecimento. A ideia é que ele seja replicado. É fundamental saber exatamente qual planta está sendo usada e suas propriedades, além de seguir os cuidados necessários no preparo. Demonstrei na prática, passo a passo, como higienizar as plantas e utilizar os fitoterápicos de forma racional”, explicou a professora Thelma.

A professora mostrou, por exemplo, o preparo de tinturas, enfatizando a importância de identificar corretamente as espécies de plantas e protegê-las da luz.

“As plantas têm potencial curativo, mas também podem ser tóxicas. Ensinei a escolher as plantas certas para cada finalidade e demonstrei como as tinturas podem ser práticas: em vez de preparar um chá, basta levar o frasco e adicionar algumas gotas na água. É uma maneira simples e eficaz de cuidar da saúde”, destacou.

Priscila Santos Fonseca, estudante de Farmácia da UFF e integrante do PET – Farmácia Viva, elogiou a oficina:

“Ter contato com especialistas é fundamental. É interessante aprender sobre as propriedades das plantas e perceber que tratamentos ou soluções podem estar no nosso quintal. A natureza oferece muitas respostas”.

Os participantes também aprenderam sobre as propriedades das folhas de amora, ricas em vitaminas e fitormônios, e sobre a preparação de emplastros com óleos medicinais, que devem ser usados no mesmo dia. A professora também reforçou a validade dos preparados e destacou que eles não devem ser comercializados.

Alexandra Alcântara, do Parque Rural de Niterói, avaliou o curso como extremamente proveitoso: “Aprendi muito, desde preparar géis até técnicas de extração. Foi uma experiência enriquecedora. Quanto mais aprendemos, mais podemos compartilhar esse conhecimento com segurança”.

O coordenador do DIEA e do Viveiro, Luiz Vicente, destacou a relevância do evento: “Buscamos valorizar a cultura popular sobre plantas medicinais, aliando-a ao desenvolvimento científico e tecnológico. A troca de saberes entre a comunidade científica e local promove boas práticas agrícolas, garantindo o cultivo e o uso seguro das plantas medicinais. Essa integração fortalece toda a cadeia produtiva de plantas bioativas”.

Sobre Thelma de Barros Machado

A professora Thelma de Barros Machado é uma referência nas áreas de Farmácia e Química de Produtos Naturais. Graduada em Farmácia pela UFRJ, com especialização em Citologia Clínica, concluiu mestrado e doutorado em Química de Produtos Naturais pela mesma instituição. Atualmente, é professora titular da UFF, responsável pela disciplina de Controle de Qualidade Físico-Químico de Medicamentos e Fitoterápicos. Coordena o Programa Fitoterápico Farmácia Viva e o Grupo PET – Farmácia Viva, promovendo a valorização das plantas medicinais e o desenvolvimento de fitoterápicos desde 2011.

Foto: Divulgação / Hyury Duarte

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