Clin promove roda de conversa sobre inclusão racial no “Julho das Pretas”

A Prefeitura de Niterói realizou uma roda de conversa voltada às colaboradoras da empresa, como parte da programação do “Julho das Pretas”. Iniciativa da Companhia de Limpeza de Niterói (Clin), o encontro teve como tema “Inclusão e Políticas Afirmativas” e foi conduzido por Roseli Rocha, assistente social da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e integrante da Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas da instituição.

Durante o bate-papo, Roseli abordou questões centrais relacionadas às desigualdades raciais no Brasil. Entre os temas discutidos, destacaram-se: ações afirmativas para a população negra, indígena e para pessoas com deficiência; desigualdades educacionais enfrentadas por pessoas negras; a importância de denunciar práticas racistas; e as diferentes formas de racismo, interpessoal, institucional, ambiental, religioso e até o chamado “racismo recreativo”.

“Vivemos em uma sociedade estruturalmente racista. O povo negro sofre e vivencia diariamente as múltiplas expressões desse racismo. Por isso, é extremamente relevante que uma instituição como a Clin promova esse tipo de debate com seus funcionários. A luta antirracista precisa ser permanente e assumida por toda a sociedade, não apenas durante o “Julho das Pretas”, afirmou Roseli Rocha. 

A assistente social também ressaltou a necessidade de incorporar a questão étnico-racial como elemento essencial nos debates, pesquisas e formulação de políticas públicas. Ela apresentou dados do Censo 2022 do IBGE, que revelam que 45,3% da população brasileira se declara parda (cerca de 92,1 milhões de pessoas), 43,5% branca (88,2 milhões), 10,2% preta (20,6 milhões), 0,6% indígena e 0,4% amarela.

Para Simone Oliveira dos Santos, gari da Clin há quase três décadas, a roda de conversa foi esclarecedora. “Amei a palestra. Aprendi bastante. A Clin está de parabéns por proporcionar esse espaço. Sempre soube que o racismo existe e que precisamos combatê-lo. Ensinei isso às minhas filhas. Sou uma mulher negra, honro minha cor, tenho atitude, sou guerreira e criei três filhas sozinha”, declarou. 

Criado em 2013 pelo Odara (Instituto da Mulher Negra), o “Julho das Pretas” celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho. A iniciativa busca promover a incidência política e a articulação de agendas entre organizações e movimentos de mulheres negras em todo o Brasil, fortalecendo sua atuação autônoma em diferentes esferas da sociedade.

Foto: Divulgação

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