Edição de 2024 do Itacoatiara Big Wave está confirmada em Niterói
O Itacoatiara Big Wave (IBW) anunciou, na noite desta terça-feira (12), os vencedores da edição de 2023. O surfista niteroiense Gabriel Sampaio se sagrou bicampeão com um total de 26.79 pontos. A dupla Yana Vaz e Gleyson Silva levou o troféu de melhores cinegrafistas e Nando Fernandes, como melhor piloto. Este ano o IBW foi disputado apenas na modalidade tow-in (quando o atleta é rebocado por um jet ski). Também foram premiadas a maior onda surfada e a melhor performance feminina.
O Itacoatiara Big Wave é realizado através da Prefeitura de Niterói por meio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, com apoio da Secretaria Municipal do Clima. Secretário de Esporte e Lazer de Niterói, Rubens Goulart, destaca que o município tem uma grande tradição no surfe de ondas grandes e disse querer continuar a apoiar o IBW, que já tem a edição de 2024 garantida.
“Na verdade, as ondas grandes sempre aconteceram aqui na cidade de Niterói e foram descobertas pelos big riders em termos de competição há pouco tempo. É um formato que vem se adaptando a cada ano que acontece. Cada ano tem uma coisa nova que a gente consegue colocar em prática. E Itacoatiara é essa beleza natural, essa condição de mar diferente de vários lugares no Brasil. São pouquíssimos os lugares que têm essas condições. Temos que aproveitar. Essa natureza e essa beleza espetacular é muito diferente dos outros lugares. Então a gente quer que esse evento permaneça e continue a acontecer aqui na cidade”, disse.
O presidente da Niterói Empresa de Turismo e Lazer – Neltur, André Bento, falou sobre a importância deste tipo de evento no cenário esportivo e turístico da cidade.
“A gente vem falando muito com o Alexey, com os surfistas, com os atores desse trade, como Itacoatiara já é conhecida no meio esportivo. Mas, agora, ela precisa ser conhecida por pessoas que fazem turismo convencional. Da mesma forma que nós vamos para Nazaré ver as ondas gigantes, apesar de não nos arriscarmos a encará-las, como espectadores fazemos parte do espetáculo. O turismo depende do entretenimento. E, consolidando essa política em Niterói, botando Itacoatiara nesse patamar, ajudamos a trazer turistas, e os turistas trazem receita, trazem dinheiro novo, geram emprego e renda. Isso é muito importante para a cidade. É uma satisfação enorme estar aqui e poder apoiar eventos desse cunho”, afirmou.
Campeão na modalidade remada em 2022, Gabriel Sampaio ganhou também o prêmio de piloto da maior onda surfada do campeonato este ano. O cria da casa falou sobre os títulos e a sua amizade com os outros competidores, a quem chama de ídolos.
“Pra mim representa muita coisa. Ainda mais, eu tendo o título da remada do ano passado, e com esse do tow-in é uma realização profissional incrível. Além de tudo, o orgulho de ser de Niterói e conseguir ganhar de vários ídolos, meus amigos, que trabalham comigo, mas também são meus ídolos. Vou também tentar trazer isso para o lado profissional e conseguir crescer, conseguir produzir cada vez mais, e participar de outros campeonatos”, diz o surfista.
O havaiano Kalani Lattanzi, que também cresceu nas ondas pesadas da praia de Itacoatiara, ficou em 2º lugar, com 26.27 pontos, junto com os cinegrafistas Matheus Couto e Teo Curi, e o piloto Paulo Diego Imbica. Vice-campeão na modalidade remada ano passado, Kalani ressalta a sua relação de amor com Itacoatiara e a importância de preservar o meio ambiente do local.
“Itacoatiara é uma relação de amor que eu tenho enorme. É o lugar que eu mais amo no mundo inteiro. Eu amo esse lugar. Eu quero muito que Itacoatiara seja conhecida pelas ondas grandes e pelos atletas, além de incentivar a preservação do lugar, sempre. Que o Big Wave atraia um turismo ecológico, consciente, e se desenvolva preservando o meio ambiente, e trabalhando o social”, afirma o aquaman, como Kalani é conhecido no mundo do surfe.
Completaram o pódio o saquaremense e ex-BBB Lucas Chumbo, que somou 22.99 pontos, junto com o cinegrafista Yunes Khader e o piloto Ian Cosenza. Na edição do ano passado, Chumbo também ficou em terceiro lugar na categoria tow-in.
A melhor performance feminina ficou por conta da carioca franco-brasileira Michelle Des Boullions, em parceria com os cinegrafistas Matheus Couto e Yana Vaz, além do piloto Ian Cosenza. Ela desbancou a paranaense Michaela Fregonese, vencedora em 2022.
“Quero parabenizar a todos pela realização do evento. É muito importante eventos que promovam o surfe de ondas grandes. Muito obrigado! Eu estou muito feliz! Itacoatiara é desafiadora, difícil, e eu amo demais! Me divirto! Eu fui lá para isso! Foi bom o campeonato. Fiz um free surfe com os melhores amigos, que me inspiram. Fui para aproveitar, me divertir e, é claro, ganhar”, contou a vencedora.
E o prêmio de maior onda ficou com Nando Fernandes, que surfou um tubo de 5 metros de altura. O cinegrafista e piloto da equipe foram Matheus Couto e Gabriel Sampaio, respectivamente. Nando levou ainda o prêmio de piloto da equipe campeã.
Critérios de julgamento e quadro com resultado final
No formato tow-in, as provas do IBW 2023 foram abertas para surfistas consagrados e amadores, homens e mulheres, e as chamadas foram realizadas com base na previsão das grandes ondulações (swells). Durante a janela de dois meses (julho e agosto), os atletas surfaram grandes ondas, todas registradas em vídeo e enviadas para serem julgadas por um comitê técnico especializado.
Os critérios de julgamento foram o tamanho, criticidade e dificuldade da onda, além de manobras e controle, o que inclui a atitude do atleta em se colocar na parte crítica da onda em uma situação de risco a execução de manobra.
Para cada onda julgada, foram atribuídas cinco notas (uma para cada juiz). A maior e a menor foram descartadas, e das três restantes foi calculada a média. A nota final foi obtida pela soma das duas maiores notas, sendo a maior multiplicada por dois. Esse é o critério adotado pela Liga Mundial para o surfe de ondas grandes.
O campeonato contou com a participação da elite do surfe de ondas grandes no Brasil, além de atletas internacionais do Chile e Peru. Nomes como Henrique Vaz, Pedro Calado, Fabiano Passos, Chacha Ibarra, Miguel Huat e Daniel Rodrigues se jogaram nos tubos insanos e pesados de Itacoatiara. Guilherme Hilel, Felipe Vinagre, Iankel Noronha, Ilan Blank, Vini dos Santos, Ignácio Salazar e Gutemberg Goulart também enfrentaram as ondas da praia niteroiense que já foi autorizada a usar o título de a Nazaré brasileira, em alusão à praia de Portugal onde é disputada a mais famosa competição de ondas gigantes do mundo.
Formação de um circuito internacional
Presidente da Associação de Surfe de Ondas Grandes e Tow-In de Niterói e idealizador do Itacoatiara Big Wave, Alexey Wanick lembrou que o IBW é uma das poucas competições da modalidade no mundo, sendo a única realizada em 2023, e vai servir de modelo para a criação do circuito internacional de tow-in, que terá a participação de Portugal, Chile e Peru.
“Hoje são poucas as competições de tow-in no mundo. Este ano, por exemplo, a única realizada até o momento foi aqui em Itacoatiara. E o tow-in é um esporte que está crescendo, que tem um dinamismo e atratividade bastante diferenciados, por conta do desafio dos jet skis, do tamanho das ondas que os surfistas conseguem pegar com apoio das máquinas, e Niterói está se destacando em níveis nacional e internacional por conta disso. E esse destaque traz benefícios não só para o esporte, mas também, para a divulgação da cidade através do esporte. Neste ano, a gente recebeu a elite internacional aqui em Niterói, e, nos próximos anos, o trabalho vai continuar. A parceria com Nazaré tende a dar um incremento nisso, na medida que a gente pensa em construir com o Chile, Peru e Portugal um circuito, porque não existe um circuito mundial da modalidade, estamos bastante empenhados nessa construção,”, explicou.
Ao todo, foram distribuídos R$ 88 mil em prêmios, divididos entre os surfistas, cinegrafistas e pilotos. A premiação aconteceu na Alameda Gastronômica do Plaza Shopping, no Centro de Niterói.
Quem se destacou bastante na festa foi o cinegrafista Matheus Couto, que ganhou três prêmios. Ele fez parte da equipe terceira colocada, além de ter filmado a melhor performance feminina e a maior onda. Ian Consenza foi outro destaque do IBW, com dois prêmios, o de piloto da equipe vice-campeã e da equipe que pegou maior onda.
“É uma felicidade muito grande. Eu sabia que estava na disputa, porque os atletas pegaram ondas muito boas, mas o resultado é sempre uma incógtiva, porque tiveram várias ondas boas surfadas. O fato de ter a premiação para o cinegrafista é muito importante para a nossa cena, porque é um incentivo. E ganhar esses prêmios é sempre muito legal. Ser premiado em equipe é muito especial. Eu fiz parcerias com atletas incríveis!”, afirma.
Resultados Tow-In
Campeão
Surfista: Gabriel Sampaio – 26.79 pts (R$35 mil)
Cinegrafista: Yana Vaz e Gleyson Silva (R$5 mil)
Pilotos Jet Ski: Nando Fernandes (R$5 mil)
2º Lugar
Surfista: Kalani Lattanzi – 26.27 pts (R$15 mil)
Cinegrafista: Matheus Couto e Teo Curi (R$2 mil)
Piloto Jet Ski: Paulo Diego Imbica (R$3 mil)
3º Lugar
Surfista: Lucas Chumbo – 22.99 pts (R$5 mil)
Cinegrafista: Yunes Khader (R$1,5 mil)
Piloto Jet Ski: Ian Cosenza (R$1,5 mil)
Melhor performance feminina
Surfista: Michelle Des Bouillons (R$5 mil)
Cinegrafistas: Matheus Couto e Yana Vaz (R$1,5 mil)
Piloto Jet Ski: Ian Cosenza (R$1,5 mil)
Maior onda
Surfista: Nando Fernandes (R$5 mil)
Cinegrafista: Matheus Couto (R$1 mil)
Piloto Jet Ski: Gabriel Sampaio (R$1 mil)