Ponte de Pedra na área do Parnit é tombada pelo município
Monumento construído por africanos escravizados na década de 1830 integra a Trilha Colonial
A Ponte de Pedra na Trilha Colonial do Parque Natural Municipal de Niterói (Parnit), agora faz parte do Patrimônio Histórico, Cultural e Arquitetônico da cidade. O tombamento da área, que foi descoberta e recuperada em dezembro de 2020 por uma equipe de voluntários do Parque, foi publicado no Diário Oficial do Município e se estende aos demais elementos de natureza histórica, cultural e arquitetônica dessa área ambiental de conservação da cidade que ainda possam ser catalogados.
O local, que foi construído por africanos escravizados, também serviu de passagem para indígenas e mercadores no período colonial. Durante quatro meses, cinco voluntários que atuam no Parque participaram do trabalho de escavação para resgatar essa parte histórica da cidade. Eles têm o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade (SMARHS), que instalou uma placa para marcar a ação de resgate do monumento.
“Niterói revelando seu passado através de uma descoberta incrível feita por um grupo de cinco voluntários que atuam no Parque Natural Municipal de Niterói (Parnit). Este patrimônio encontrado em nossa cidade será profundamente estudado a partir da integração do olhar ambiental e histórico. Além disso, o local se torna mais uma atração turística em Niterói. Está no turismo uma das chaves da nossa retomada econômica, com geração de emprego e renda. Parabéns a todos os envolvidos neste lindo trabalho”, comemora o prefeito Axel Grael.
O secretário municipal de Meio Ambiente, Rafael Robertson, reforça a importância desse tipo de ação do município e a parceria com os voluntários e historiadores. O tombamento, segundo ele, abre espaço para que outros monumentos da área do Parnit possam ainda ser catalogados.
“O tombamento da Ponte de Pedra é um passo significativo para a valorização e preservação da memória de uma parte importante da história da nossa cidade. O que esses voluntários fizeram, ao revelar esta riqueza, é uma demonstração de amor e zelo. Como gestor público agradeço a dedicação e ressalto que o meio ambiente é transversal. A revelação da Ponte de Pedra nos mostra que temos um monumento dentro de uma unidade de conservação, que integra preservação do meio ambiente, história e cultura. Nosso objetivo é unir esforços para aprofundar o estudo sobre o passado daquela região. É importante atuarmos para integrar o olhar ambiental ao histórico”, explicou o secretário.
A pesquisa mostra cotidianos da região do Recôncavo da Guanabara até o final do século XIX e lados pitorescos e bucólicos.
“A preservação do patrimônio histórico e cultural de Niterói é fundamental. A Ponte da Pedra conta um pedaço da nossa história e seu tombamento garante a preservação da memória, reafirmando a Cultura como um Direito”, disse o secretário das Culturas, Leonardo Giordano.
Até dezembro de 2020, somente uma pequena área da Ponte de Pedra era visível. O gerente de vendas aposentado e montanhista Ezequiel Vicente Gongora, o Ziki, de 73 anos, foi quem teve a ideia da escavação do local e participou do trabalho ao lado de quatro voluntários.
“O tombamento é de extrema importância. É tudo de bom para a cidade e sua história. É uma oportunidade de todos visitarem a ponte. Agora estamos reconstruindo um terreiro de café”, disse Ziki, agradecendo o prefeito Axel Grael e ao vereador Leandro Portugal, que abriu o processo de tombamento da ponte.